Caros amigos leitores,
Na Câmara dos Deputados em
Brasilia, deu-se hoje o evento Seminário Internacional sobre Recursos Educacionais Abertos.
Proposto de forma conjunta pelas Comissões da Cultura e da
Educação da Câmara dos Deputados, nas figuras do deputado Aliel Machado (PCdoB/PR),
da Comissão de Educação, e da deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ), da Comissão de Cultura, o evento foi aberto para parlamentares,
acadêmicos e sociedade civil para debater os Recursos Educacionais Abertos.
Contou com o apoio do projeto REA.br, de políticos que
defendem a abertura e democratização do conhecimento, e com especialistas
internacionais na implantação de políticas públicas de REA
nos Estados Unidos e na Europa.
Diversos expositores que atuam em educação compartilhada, ou aberta, apresentaram dados sobre o movimento de educação aberta, números e evolução do tema na sociedade e na academia:
Diversos expositores que atuam em educação compartilhada, ou aberta, apresentaram dados sobre o movimento de educação aberta, números e evolução do tema na sociedade e na academia:
ü Carolina Rossini - Fundadora do
Projeto REA.br e Vice-Presidente da Public Knowledge
ü Hal Plotkin - Consultor de
Políticas Abertas do Creative Commons nos EUA
ü Priscila Gonsales - Diretora-Executiva
do Instituto Educadigital (comunidade REA no Brasil, iniciativas de política
pública e criação do Manual REA para gestores públicos)
ü Tel Amiel - Coordenador na Unicamp
da Cátedra Unesco em Educação Aberta
ü Camila Garroux - Coordenadora de
Pesquisa no Centro de Estudos das Tecnologias da Informação e Comunicação
ü Sebastian Gerlic - Representante
da Índio Educa (iniciativa REA de educação indígena)
ü Fernando Almeida - Diretor do
Departamento de Orientações Técnicas da Secretaria Municipal de Educação de São
Paulo
ü Nelson Pretto - Professor-Doutor
da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia
No encerramento ainda houve a fala do Grupo ônibus hacker e fast food da política, mostrando o protagonismo dos jovens na política e no uso da tecnologia.
No encerramento ainda houve a fala do Grupo ônibus hacker e fast food da política, mostrando o protagonismo dos jovens na política e no uso da tecnologia.
A
mesa foi alterada diversas vezes para atender ao conjunto de temas tratados.
Os vídeos e áudios das
apresentações e debates estão disponibilizados na página da Câmara.
http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/webcamara/aoVivoSinais?codReuniao=40439
Durante o evento foi aberta
uma sala de bate-papo pelo portal e-democracia, um portal para a sociedade participar dos debates dos projetos de lei e propostas da Câmara dos Deputados.
Abaixo síntese de algumas ideias transmitidas pelos diferentes oradores:
Segundo Priscila Gonsales a Lei de Direitos Autorais
considera pública uma obra após 70 anos da morte do autor, portanto cópias de
livros ou capítulos, é crime. Também colocar vídeos no seu blog ou site, mesmo
citando a fonte.
O que tem que mudar é a lei, pois é melhor o professor criar
sua própria apostila do que usar um livro capitulo a capitulo, que não adere ao
conteúdo desejado. É mais inteligente colocar no material partes de livros e
autores selecionados, mas é crime, enquanto não se debate e muda as leis de
direitos autorais. No Brasil direito autoral é permanente e não pode ser doado.
Porém, pode-se licenciar o conteúdo criado através do Creative
Commons.
As universidades devem pensar a diferença entre conteúdo
gratuito e conteúdo aberto.
Curriculo não é o que ensinar mas que país eu quero como
conhecimento do cidadão participante da sociedade. Precisamos gerar emponderamento
dos jovens e dos recursos.
Fernando Almeida lembrou que no sistema capitalista o trabalho
gera propriedade, a educação aberta rompe com isso pois existe em benefício de
todos tirando a propriedade de alguns, assim, é uma “briga” política. Principalmente
com as editoras de livros didáticos.
O princípio dos Recursos Públicos é o direito de todos.
Nelson Pretto afirmou que as tecnologias são formas de
escrita do mundo moderno. O livro didático era o veículo principal para levar o
conhecimento, mas feito localmente excluía as regiões distantes dos centros,
que permaneciam impondo sua cultura.
Hoje não somos consumidores mas devemos ser produtores do conhecimento
que pode ser distribuído de forma regional para planetária.
As políticas de livros didáticos alimentam as editoras que
vendem conteúdo fechado, sem acesso as fontes.
Na UFB – Univ. Fed.da Bahia após 6 meses de impresso pela sua
editora, o livro é publicado no ambiente
on line.
Hal Plotkin – hplotkin@plotkin.com
conta que saiu da escola aos 16 anos por não ter dinheiro para estudar, sua
irmã saiu aos 14 anos. Uma noite leu um artigo que afirmava que os alunos abandonavam
a escola por serem preguiçosos ou drogados. Indignado escreveu a lápis para o jornal
contradizendo o texto, pois ele trabalhava numa pizzaria e foi empurrado para
fora da escola devido ao sistema econômico, por ser pobre. Era vítima do editor
por não ter dinheiro. Ele ganhava US$ 1,5 a hora para cortar cebolas, e o editor
que foi conhece-lo, pagou US$ 50 para publicar sua carta. Assim nasceu seu lado
escritor e virou jornalista. Estudou a noite numa faculdade comunitária, depois
foi convidado para presidi-la e a outras entidades. Foi convidado pelo governo Obama
para atuar na Educação Aberta, administrando projeto de 1 bilhão de dólares.
Relata que apenas 6,7% das pessoas no mundo tem ensino
universitário, isso é uma oportunidade para a educação digital. Segundo pesquisa do BID e Japão, uma menina
ganha 20% mais de renda para cada ano de estudo e o menino de 10 a 15% mais.
Falou ainda que o MIT
OpenCourseWare foi a primeira universidade a liberar suas
aulas na rede, recebeu dez milhões de dólares do Obama para os professores criarem
as aulas, para a infraestrutura, etc. Quando a verba acabou o MIT continuou com
o projeto bancando por conta própria, porque? Descobriu-se que os seus alunos preferem
estudar no MIT pois tem o material didático gratuito na rede, o que gera vantagem
competitiva do MIT, mais atração de alunos. O livro no USA é caro, pode chegar
a US$200, e tem alunos que não podem comprá-los.
Citou pesquisa que mostra que quanto mais o professor se
envolve em criar seu material de aula, mais feliz e confiante ele se sente.
Este palestrante iniciou sua fala com uma afirmação de fé,
que propositadamente deixei para o final do post por compactuar com sua
verdade. Diz que trabalha movido pela fé. “Fé nas instituições democráticas, embora
nem sempre nas pessoas que a representam. Fé em Deus de que temos um papel no
mundo que não é levar coisas para o túmulo. Não somos quantos recursos
acumulamos mas o que fazemos para a sociedade em geral no nosso trabalho.”
Assim, a educação aberta devolve a esperança de que o indivíduo
terá um futuro melhor para poder progredir, é mais que química, biologia, português,
é esperança.
Enfim, estamos no Inicio da transição da era digital, e o REA
contribui com a transformação.
·
Instituto
Educa Digital - http://www.educadigital.org.br/site/
·
Pesquisa
TIC – educação: TIc nas escolas brasileiras – do Cetic.br
·
Nic
Brasil – sobre tecnologias digitais - http://www.nic.br/
·
Egi.br
– governança na internet - http://egi.nic.br/
e http://www.cgi.br/
·
Engeduca
– cursos de engenharia e arquitetura a distancia - http://www.engeduca.com.br/
·
Licenças
de produção - https://creativecommons.org/
·
Catedra
em educação aberta da Unesco e Unicamp - http://educacaoaberta.org/
·
Design
Thinking - http://www.dtparaeducadores.org.br/site/
·
Djangogirls
– Petra – recolhe mulheres para estudar na net - https://djangogirls.org/
·
Comunidades
indígenas na net - Sebastian Gerlic - http://www.thydewa.org/#
e http://www.indioeduca.org/
·
Praticas
colaborativas de RAE - http://www.livrorea.net.br/livro/home.html
·
Escola digital – plataforma digital
- http://escoladigital.org.br/
·
Open access button - recurso google para localização de
pesquisas científicas
·
Roer4D – Pesquisa sobre RAE - http://roer4d.org/
·
REA - http://www.rea.net.br/site/