Amigos leitores do Blog Feliz da Vida! e cinéfalos de platão,
Não gosto muito dos filmes franceses, mas ontem fui surpreendida por um filme estonteante.
Saí boquiaberta do cinema. O filme embora longo, cerca de três horas, de deixara grudada na tela, acho que meus olhos nem piscavam. Indignação e raiva pela situação vivida pela personagem, mas principalmente chocada pela constatação que isso ainda existe em nossos tempos. A exploração do homem pelo homem, mais precisamente a exploração dos homens sobre as mulheres, e as minorias, com objetivos financeiros.
Na Europa dos olhos azuis, uma mulher é exposta como aberração nos circos das grandes capitais, pelo simples fato de ser negra, assim, de cintura grossa e fartos seios, fisicamente diferente do seu público, era alvo de exibição, sensacionalismo e voyerismo.
A africana era apresentada numa jaula e corrente no pescoço, simulando ser totalmente selvagem. Ela tem que assustar a platéia, urrar, dançar expondo as nádegas ao público que ao final pode tocá-la para sentir que é de verdade. Esta última parte, totalmente invasiva a deixa muito infeliz, e humilhada.
É plenamente abusada pelos seus "sócios", que a mantem dominada com altas doses de bebida alcóolica, e a expõe em salões públicos para voyers da alta sociedade francesa.
Foi objeto de estudos científicos, tendo suas medidas registradas e confrontadas com a dos macacos, e ao fim, como prostituta morre de doenças sexualmente transmissíveis.
Foi objeto de estudos científicos, tendo suas medidas registradas e confrontadas com a dos macacos, e ao fim, como prostituta morre de doenças sexualmente transmissíveis.
Mas o filme não acaba aí. Seu corpo é vendido aos cientistas que após dissecação constatam a inferioridade da raça negra frente aos europeus.
Seus órgãos e corpo mantidos no museu foram devolvidos à Africa apenas na década passada, cem anos depois, demonstrando que a servidão humana, o desrespeito ao negro, a exploração à mulher e seu corpo, se mantém nos tempos atuais.
Vimos Hitler promovendo a raça pura, vemos Sarkozy e suas intolerâncias raciais, vemos a mutilação genital das meninas africanas, e vemos também os nossos próprios malucos que desejam expulsar os nordestinos de São Paulo. Intolerância e preconceito.
Os principais atores do filme são excelentes, e Yahima Torres, que interpreta Sarah, personagem principal, é uma atriz perfeita. Professora na vida real, esse é o primeiro filme da atriz cubana. A dor expressada em seus olhos toca fundo os expectadores. Quando ela tem um ataque de tosse, prenúncio de sua morte,diversas pessoas no cinema, tiveram acessos de tosse. Para ver a força de sua interpretação.
O filme está em cartaz pelo Festival Varilux de Cinema Francês, até dia 16 dejunho. Vale apena ver.
http://www.cinemanarede.com/2011/06/critica-venus-negra.html
http://www.youtube.com/watch?v=RPOlV2GQV6U&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=tpa15f6xnRM&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=lpxdORmo8NM&feature=related
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