Caros amigos leitores do Blog Feliz da Vida! Frente fria chegando. Prepare-se para as orelhas do seu cobertor!
Tenho percebido uma mudança no comportamento das pessoas que usam o metrô em São Paulo, desde que houve manifestações em junho por melhores condições no transporte.
Quem viveu isso entenderá logo a situação: horário de pico, pela manhã e à tarde, sardinha na lata, apertada. Você nunca passou pela situação? Então imagine...lembre-se da maior vez em sua vida em que esteve comprimido, apertado contra uma parede, por exemplo. Imaginou? Agora duplique a sensação lembrando que falo de uma parede humana. Gente na sua frente, atrás, de ambos os lados. Se você tem minha estatura, gente por cima com seus braços e pertences. Se mexer o pé, perde-se o lugar dele, mas você não vai mexer os pés, não tem espaço nem para mexer os dedos.
O drama pode piorar? Pode, quando falamos de estação Braz pela manhã e Sé à tarde. Era Sé, agora também República, Luz, Anhangabaú. O aperto se generaliza.
Imagina que você está comprimido, não cabe mais ninguém. Mas quando a porta abre nestas estações e horários as leis da física são postas à prova. Uma multidão empurra a tudo e a todos que são jogados para cantos diversos sob sussurros e às vezes gritos. Palavrões, sim! Xingamentos sempre!
Sou otimista, os leitores sabem, mas posso piorar a explanação: pela manhã gente (bastante) com mau humor e mau hálito. À tarde acrescente pinga, suor, suvaco.
Quer mais? Tenho me perguntado por que as pessoas não mais colocam a mão à boca ao bocejar? Isso era falta de educação, agora é regra. Não percebeu? Talvez porque também o faça sem perceber a gafe. Atente-se!
E se a pessoa não escovou os dentes? Pode acontecer. Reparo muitos homens que não escovam os dentes após o almoço. Começo a temer quando tenho reuniões à tarde. O profissional conhece pacote office, faz graduação, sabe tudo de futebol e MMA, mas não sabe que tem que escovar os dentes em benefício de si e dos colegas de trabalho? Acha que vai pensar então no estranho no metrô?
Perguntei para vários alunos que confirmarem vivenciar esta situação em seus ambientes de trabalho.
É inverno e o ar-condicionado está me congelando como todos os dias, assim, meu nível de aceitação incondicional deve estar mais baixo.
Está bem! Hoje é sexta, vamos à parte boa, que foi por onde começou este post. Percebi que as pessoas não estão empurrando tanto quanto faziam à pouco tempo atrás e desde quando me lembro usando o metrô. Não tenho mais tomado solavancos, mesmo quando as pessoas avançam não é um empurrão agressivo e arrogante. Tem até gente pedindo desculpas. Na hora de descer na Sé tenho visto menos confusão e exaspero dos passageiros. Será que com os protestos as pessoas perceberam que estão todos no mesmo barco? E que a baixa qualidade no transporte afeta a todos? Afeta inclusive o sistema de transporte privado.
Eu posso escolher: posso ir de metrô massacrada pelo aperto ou de carro massagrada pelo tempo no trânsito. Quatro horas de Alphaville à Guarulhos! Acredite. Eu vivi!
- “Ah, prof! Doce ilusão. As pessoas não empurram menos, é por causa das férias, está sobrando lugar no aperto.” Fala sério!
Quanto ao metrô, pela manha vai demorando para sair em cada estação “problema na região leste” à tarde a cena se repete, muda o agente “problema na estação Saúde”. O metrô tá doente.
E já que o assunto é esse, vale citar os sujeitos que aproveitam a situação constrangedora por si mesma para encher as mãos nas nádegas de mulher que não a sua. Descaradamente! Bati em um dia desses. Eu que sou de paz, hem! E nem era comigo! Mas agrediu uma mulher, agrediu a todas as mulheres.
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