Seja Feliz!

Agradeço a sua visita e desejo que você seja muito feliz!
Leia os posts anteriores publicados em
http://malves.blog.terra.com.br/ .

domingo, 19 de maio de 2013

Minha Parker voltou à vida

Amigos leitores do Blog Feliz da Vida! Graças ao Leão em abril precisei ir ao centro velho de São Paulo.

Resolvi fazer o percurso de volta a pé, para recordar lugares que eu frequentei quando jovem e quando lá trabalhei, e contemplar as mudanças. Trabalhei um ano na Rua Boa Vista, adorava aquele lugar! Hora do almoço: Mercadão Municipal, 25 de Março, São Bento. Música Clássica no Solar da Marquesa, na Sé, na igreja de São Bento.

A Fidalga ainda está lá, clássica como sempre em sua loja tradicional, com provadores fechados para privacidade feminina. Mogno, veludo e bom atendimento. Se não existisse não sei o que seria dos meus delicados pezinhos!

Da Torre do “Banespão”, mirante que não canso de visitar, inspirado no Empire State, nunca entendi porque foram retirados os binóculos.

O Café Gerondino, outrora frequentado pela elite cafeeira, charmoso e elegante no Largo São Bento, ao me ver passar, fez como das outras vezes, e mais uma vez , me “convidou”.

A fachada do Othon Palace perdeu glamour, escondida pela fachada de uma agência bancária. Outrora hospedara a Rainha Elizabeth, além de outras personalidades importantes do século XX em visita à São Paulo. Foi invadido pelos “sem teto”. Não sei sua situação atual. Uma pena!

Onde era o “Banespinha”, faz tempo que é a Prefeitura Municipal. Claro que perguntei - afinal não seria eu se não matasse a curiosidade - apenas para confirmar algo que suspeitava: não mais é permitido ao cidadão comum visitar o museu e o jardim no terraço do prédio. Pena que minha filha não poderá conhecer o museu e seus moradores fantasmas. (Tem fantasmas lá, é verdade!)

O Viaduto do Chá é diferente atravessado a pé. Tenho-o visto sempre do alto, do Shopping. Existe desde o fim do século XIX. Estão lá os personagens principais: os camelôs, vendendo “máquina de costura manual” (parece um pequeno e frágil grampeador), celulares, fones de ouvido, bonés, etc.

Procurei pelos pais de santos com suas leituras de mãos. Lá estavam! Contei seis “bancas” de leituras de cartas. Seis! Apenas um deles estava com “cliente”, indumentária azul, turbante branco, e com poucos dentes na boca.

Não é mais a elite que o atravessa para ir ao Municipal, é o cidadão comum apressado para tomar o metrô ou os ônibus no Vale do Anhangabaú e na Praça do Correio.

Na banca de jornais: revistas, livros, CD’s e DVD’s, brinquedos, aparelhos eletrônicos e poucos jornais.

O prédio da Light virou Shopping, que em parte virou faculdade, sem as janelinhas vermelhas que antes lhe dava um certo charme.

O Teatro Municipal está bárbaro após a restauração. Muitas lembranças das vezes em que estive naquelas escadarias: gritos de ordem em protestos, balés, ópera e orquestra. Um só lugar, muitos mundos.

O relógio do Mappin indicando que “Chegou a hora Mappin! É a liquidação!” está parado. Quinze para as Oito.

Passear no Mappin era programa da minha adolescência. Sempre estava em liquidação e anunciava na televisão tantas vezes quanto as Casas Bahia anuncia hoje. Liquidação todo dia!

O centro está “velho”, porém, vivo como sempre. Muitas lojas mudaram, outras muitas se mantém, mas eu também mudei.

Algo negativo no passeio? O cheiro de urina humana permeou boa parte do percurso comigo, substituindo o cheiro constante das minhas lembranças. Centro velho me lembrava cheiro de café.

Em tempo: A Ravil está desde 1954 no mesmo endereço fornecendo “instrumentos de escrita”, assim, minha Parker, que ganhei de um irmão quando entrei na faculdade, voltou a cumprir seu papel.

Nenhum comentário: