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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS.


Caros amigos leitores,

Na Câmara dos Deputados em  Brasilia, deu-se hoje o evento Seminário Internacional sobre Recursos Educacionais Abertos.
Proposto de forma conjunta pelas Comissões da Cultura e da Educação da Câmara dos Deputados, nas figuras do deputado Aliel Machado (PCdoB/PR), da Comissão de Educação, e da deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ),  da Comissão de Cultura, o evento foi aberto para parlamentares, acadêmicos e sociedade civil para debater os Recursos Educacionais Abertos.

Contou com o apoio do projeto REA.br, de políticos que defendem a abertura e democratização do conhecimento, e com especialistas internacionais na implantação  de políticas  públicas de  REA nos  Estados Unidos e na  Europa. 

Diversos expositores que atuam em educação compartilhada, ou aberta, apresentaram dados sobre o movimento de educação aberta, números e evolução do tema na sociedade e na academia:

ü  Carolina Rossini - Fundadora do Projeto REA.br e Vice-Presidente da Public Knowledge

ü  Hal Plotkin - Consultor de Políticas Abertas do Creative Commons nos EUA

ü  Priscila Gonsales - Diretora-Executiva do Instituto Educadigital (comunidade REA no Brasil, iniciativas de política pública e criação do Manual REA para gestores públicos)

ü  Tel Amiel - Coordenador na Unicamp da Cátedra Unesco em Educação Aberta

ü  Camila Garroux - Coordenadora de Pesquisa no Centro de Estudos das Tecnologias da Informação e Comunicação

ü  Sebastian Gerlic - Representante da Índio Educa (iniciativa REA de educação indígena)

ü  Fernando Almeida - Diretor do Departamento de Orientações Técnicas da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo

ü  Nelson Pretto - Professor-Doutor da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia

No encerramento ainda houve a fala do Grupo ônibus hacker e fast food da política, mostrando o protagonismo dos jovens na política e no uso da tecnologia.

A mesa foi alterada diversas vezes para atender ao conjunto de temas tratados.

Os vídeos e áudios das apresentações e debates estão disponibilizados na página da Câmara.
http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/webcamara/aoVivoSinais?codReuniao=40439

Durante o evento foi aberta uma sala de bate-papo pelo portal e-democracia, um portal para a sociedade participar dos debates dos projetos de lei e propostas da Câmara dos Deputados.


Abaixo síntese de algumas ideias transmitidas pelos diferentes oradores:

Segundo Priscila Gonsales a Lei de Direitos Autorais considera pública uma obra após 70 anos da morte do autor, portanto cópias de livros ou capítulos, é crime. Também colocar vídeos no seu blog ou site, mesmo citando a fonte.

O que tem que mudar é a lei, pois é melhor o professor criar sua própria apostila do que usar um livro capitulo a capitulo, que não adere ao conteúdo desejado. É mais inteligente colocar no material partes de livros e autores selecionados, mas é crime, enquanto não se debate e muda as leis de direitos autorais. No Brasil direito autoral é permanente e não pode ser doado.

Porém, pode-se licenciar o conteúdo criado através do Creative Commons.

As universidades devem pensar a diferença entre conteúdo gratuito e conteúdo aberto.

Curriculo não é o que ensinar mas que país eu quero como conhecimento do cidadão participante da sociedade. Precisamos gerar emponderamento dos jovens e dos recursos.

Fernando Almeida  lembrou que no sistema capitalista o trabalho gera propriedade, a educação aberta rompe com isso pois existe em benefício de todos tirando a propriedade de alguns, assim, é uma “briga” política. Principalmente com as editoras de livros didáticos.

O princípio dos Recursos Públicos é o direito de todos.

Nelson Pretto afirmou que as tecnologias são formas de escrita do mundo moderno. O livro didático era o veículo principal para levar o conhecimento, mas feito localmente excluía as regiões distantes dos centros, que permaneciam impondo sua cultura.

Hoje não somos consumidores mas devemos ser produtores do conhecimento que pode ser distribuído de forma regional para planetária.

As políticas de livros didáticos alimentam as editoras que vendem conteúdo fechado, sem acesso as fontes.

Na UFB – Univ. Fed.da Bahia após 6 meses de impresso pela sua editora, o livro é publicado  no ambiente on line.

Hal Plotkin – hplotkin@plotkin.com conta que saiu da escola aos 16 anos por não ter dinheiro para estudar, sua irmã saiu aos 14 anos. Uma noite leu um artigo que afirmava que os alunos abandonavam a escola por serem preguiçosos ou drogados. Indignado escreveu a lápis para o jornal contradizendo o texto, pois ele trabalhava numa pizzaria e foi empurrado para fora da escola devido ao sistema econômico, por ser pobre. Era vítima do editor por não ter dinheiro. Ele ganhava US$ 1,5 a hora para cortar cebolas, e o editor que foi conhece-lo, pagou US$ 50 para publicar sua carta. Assim nasceu seu lado escritor e virou jornalista. Estudou a noite numa faculdade comunitária, depois foi convidado para presidi-la e a outras entidades. Foi convidado pelo governo Obama para atuar na Educação Aberta, administrando projeto de 1 bilhão de dólares.

Relata que apenas 6,7% das pessoas no mundo tem ensino universitário, isso é uma oportunidade para a educação digital.  Segundo pesquisa do BID e Japão, uma menina ganha 20% mais de renda para cada ano de estudo e o menino de 10 a 15% mais.

Falou ainda que o MIT OpenCourseWare  foi a primeira universidade a liberar suas aulas na rede, recebeu dez milhões  de  dólares do Obama para os professores criarem as aulas, para a infraestrutura, etc. Quando a verba acabou o MIT continuou com o projeto bancando por conta própria, porque? Descobriu-se que os seus alunos preferem estudar no MIT pois tem o material didático gratuito na rede, o que gera vantagem competitiva do MIT, mais atração de alunos. O livro no USA é caro, pode chegar a US$200, e tem alunos que não podem comprá-los.

Citou pesquisa que mostra que quanto mais o professor se envolve em criar seu material de aula, mais feliz e confiante ele se sente.

Este palestrante iniciou sua fala com uma afirmação de fé, que propositadamente deixei para o final do post por compactuar com sua verdade. Diz que trabalha movido pela fé. “Fé nas instituições democráticas, embora nem sempre nas pessoas que a representam. Fé em Deus de que temos um papel no mundo que não é levar coisas para o túmulo. Não somos quantos recursos acumulamos mas o que fazemos para a sociedade em geral no nosso trabalho.”

Assim, a educação aberta devolve a esperança de que o indivíduo terá um futuro melhor para poder progredir, é mais que química, biologia, português, é esperança.

Enfim, estamos no Inicio da transição da era digital, e o REA contribui com a transformação.

 Portais e endereços digitais referenciados durante o evento que podem ser pesquisados:

·         Instituto Educa Digital  - http://www.educadigital.org.br/site/

·         Pesquisa TIC – educação: TIc nas escolas brasileiras – do Cetic.br


·         Nic Brasil – sobre tecnologias digitais  - http://www.nic.br/

·         Egi.br – governança na internet - http://egi.nic.br/ e http://www.cgi.br/

·         Engeduca – cursos de engenharia e arquitetura a distancia -  http://www.engeduca.com.br/

·         Licenças de produção - https://creativecommons.org/

·         Catedra em educação aberta da Unesco e Unicamp - http://educacaoaberta.org/

·         Design Thinking - http://www.dtparaeducadores.org.br/site/

·         Djangogirls – Petra – recolhe mulheres para estudar na net - https://djangogirls.org/

·         Comunidades indígenas na net - Sebastian Gerlic  - http://www.thydewa.org/# e http://www.indioeduca.org/

·         Praticas colaborativas de RAE - http://www.livrorea.net.br/livro/home.html

·         Escola digital – plataforma digital - http://escoladigital.org.br/

·         Open access button  - recurso google para localização de pesquisas científicas

·         Roer4D – Pesquisa sobre RAE - http://roer4d.org/

·         REA - http://www.rea.net.br/site/

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Setor em batalha


Abril, 07 – 17h

Dez minutos atrasado. Vou direto à enfermaria. Café após água e W.C. “Chá de cadeira”.

A tarde estava agitada, enfermeiros passavam constantemente no corredor para responder a convocações de seus encarregados ou diretores.

Cada empregado que aguardava no corredor tornava-se meu companheiro de “turno”. Vários chegaram, passaram e se foram, atendidos ou não. Eu esperava enquanto repassava as perguntas para a entrevista.

Ganhei uma revista da recepcionista. Na capa, seu chefe. Corajoso lutador aponta o slogan. Nascem novas perguntas. Não ao filantropo, mas ao empresário de um setor em batalha.

Uma hora e meia depois decido cancelar. Aproxima-se meu horário de trabalho, e ainda precisava retirar as fotos e as reprografias no laboratório.

Informo decisão e agenda é remarcada para o dia seguinte, pela manhã, às onze. O chefe envia recado pedindo para eu esperar, quer me cumprimentar. Provavelmente sente-se incomodado pelas três últimas reuniões terem sido canceladas e talvez queira se desculpar. Eu havia perdido 5 longas horas de espera alternada. Muita gentileza de sua parte. Homem de respeito!

Enquanto o aguardo encontro a outra chefe, a de número quatro: “Tenho lugar para você, topa?”. Proponho reunião para conversar, saber o teor da oferta. “Quando podemos?” Rápida, me oferta 20 h a mais de trabalho em outra repartição. “Vou te indicar na APCA. Quase certo!” Diz que é pegar agora ou largar para sempre. Pego! Pedirei demissão de Jandira. Ergue os braços para cima, em sinal de vitória, punhos cerrado e sorriso aberto: “Ai, que bom!”. Sai feliz. Trinta segundos para otimizar o emprego.

Ao virar as costas o “chefe” aparece no corredor, abraça-me, pega minhas mãos segurando-as simultaneamente, senta e começa a se desculpar.

Explica estar envolvido em uma situação com o Ministério, que terá impacto na vida de seus netos, e na dos meus, e que está enfrentando sozinho uma batalha contra nova regulamentação que vai “bolivarizar” tudo. “Querem garrotear o setor!”

-- “Estou em um grupo. E até meus pares foram contra mim, os seis. Acabei convencendo-os da minha posição e conversamos com os políticos, acertamos um acordo. ”

Conta que o texto chegou hoje da cúpula e ele encontrou muitas diferenças entre o “combinado e o aprovado”.

-- “Passei o dia ligando para stakeholders para mostrar que o texto está errado. Um desgaste! O diabo mora na gráfica!”

Afirmo que dada a sua importância não precisava se justificar, não me incomodo “eu entendo”.

“Então, nos vemos amanhã”. Assim termina nossa curta conversa, eu como ouvinte, como sempre. Logo volta-se à recepcionista perguntando pelo Dr. X, Fulanos W e Y, se estão “na casa”. Parece que precisa falar com todos. E rápido.

Metendo-me na conversa, sem ser chamado, respondo que os vi, todos estão “lá dentro”, e aponto. O “chefe” ágil e vermelho lá entra fechando a porta atrás de mim.