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sábado, 4 de julho de 2015

Aprendi de ninguém

Amigos "notúrnicos" do Blog Feliz da Vida! Férias! Ah! Tão desejada! Tempo para escrever!


Aprendi de ninguém

“Agora, aqui, ninguém precisa de si”. Cantarola Arnaldo Antunes, na festa, ao final da mesa 17, ou seria 18, 19, no empenho de arrancar alguns sussurros que fosse da plateia, engessada, aparentemente, de “intelectuais”, supostamente.

O que posso fazer sem o outro? Para que preciso do outro? E tanto!

Amarrar os sapatos aprendi com o pai. Cumprimentar as pessoas, com a mãe. Dos irmãos o pedalar na bicicleta, a frear com a borracha no carrinho de rolemã, o ponto certo do arroz, tantas coisas!

Com a tia o gosto pela mortadela no pão de forma. Com as crianças da vizinhança a gostar de picnics (achei que o pic se escrevia separado do nic), aqueles com toalha estendida no gramado do parque. Na cesta, pão com mortadela, que junto com tubaína marcaram minha infância.

Com os professores a rezar e agradecer, se, da Escola Dominical, a obedecer e não resistir se os da escola formal.  A abrir, mas também a fechar a mente. Alguns bons, outros nem tanto, poucos céleres! Raros, os marcantes! A Benedita que me enxugou o pranto aos sete, à Ivani que me despertou para as letras, ao Tonny por me dar a chance! À Rovai: “escreva de novo”.

Mas o tema é o oposto: o que posso fazer sem precisar do outro?

Não aprendi a me defender com meu pai, a falar tudo com minha mãe, a fazer direito com os irmãos - sofríamos juntos pelos erros individuais-, como não aprendi a cozinhar com as tias ou a me soltar, com as crianças. Nem aprendi com o tio a fazer cara de choro.

Quem me ensinou a chorar? Com quem aprendi a sorrir? De onde vem meu libertar? Se os tivesse aprendido!

O que posso fazer sem a existência de alguém?
 
Tic-tac. Tic-tac. Tic-tac.

Com a Susana aprenderei a nadar? Com Alcidema a colocar a vírgula no certo lugar?

Pensar, tem o outro. No que penso, para que penso, em quem penso.

Até na intimidade, podendo só eu fazer por mim mesma, necessito do fabricante do papel, da louça e da companhia de saneamento, no mínimo.

Do outro sou refém!

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