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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Setor em batalha


Abril, 07 – 17h

Dez minutos atrasado. Vou direto à enfermaria. Café após água e W.C. “Chá de cadeira”.

A tarde estava agitada, enfermeiros passavam constantemente no corredor para responder a convocações de seus encarregados ou diretores.

Cada empregado que aguardava no corredor tornava-se meu companheiro de “turno”. Vários chegaram, passaram e se foram, atendidos ou não. Eu esperava enquanto repassava as perguntas para a entrevista.

Ganhei uma revista da recepcionista. Na capa, seu chefe. Corajoso lutador aponta o slogan. Nascem novas perguntas. Não ao filantropo, mas ao empresário de um setor em batalha.

Uma hora e meia depois decido cancelar. Aproxima-se meu horário de trabalho, e ainda precisava retirar as fotos e as reprografias no laboratório.

Informo decisão e agenda é remarcada para o dia seguinte, pela manhã, às onze. O chefe envia recado pedindo para eu esperar, quer me cumprimentar. Provavelmente sente-se incomodado pelas três últimas reuniões terem sido canceladas e talvez queira se desculpar. Eu havia perdido 5 longas horas de espera alternada. Muita gentileza de sua parte. Homem de respeito!

Enquanto o aguardo encontro a outra chefe, a de número quatro: “Tenho lugar para você, topa?”. Proponho reunião para conversar, saber o teor da oferta. “Quando podemos?” Rápida, me oferta 20 h a mais de trabalho em outra repartição. “Vou te indicar na APCA. Quase certo!” Diz que é pegar agora ou largar para sempre. Pego! Pedirei demissão de Jandira. Ergue os braços para cima, em sinal de vitória, punhos cerrado e sorriso aberto: “Ai, que bom!”. Sai feliz. Trinta segundos para otimizar o emprego.

Ao virar as costas o “chefe” aparece no corredor, abraça-me, pega minhas mãos segurando-as simultaneamente, senta e começa a se desculpar.

Explica estar envolvido em uma situação com o Ministério, que terá impacto na vida de seus netos, e na dos meus, e que está enfrentando sozinho uma batalha contra nova regulamentação que vai “bolivarizar” tudo. “Querem garrotear o setor!”

-- “Estou em um grupo. E até meus pares foram contra mim, os seis. Acabei convencendo-os da minha posição e conversamos com os políticos, acertamos um acordo. ”

Conta que o texto chegou hoje da cúpula e ele encontrou muitas diferenças entre o “combinado e o aprovado”.

-- “Passei o dia ligando para stakeholders para mostrar que o texto está errado. Um desgaste! O diabo mora na gráfica!”

Afirmo que dada a sua importância não precisava se justificar, não me incomodo “eu entendo”.

“Então, nos vemos amanhã”. Assim termina nossa curta conversa, eu como ouvinte, como sempre. Logo volta-se à recepcionista perguntando pelo Dr. X, Fulanos W e Y, se estão “na casa”. Parece que precisa falar com todos. E rápido.

Metendo-me na conversa, sem ser chamado, respondo que os vi, todos estão “lá dentro”, e aponto. O “chefe” ágil e vermelho lá entra fechando a porta atrás de mim.

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