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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Tropa de Elite, corrupção e segundo turno. A reflexão.

Amigos do Blog Feliz da Vida, novo endereço, propondo a reflexão, como sempre.
Rendi-me ao Tropa de Elite 2  por saber se tratar de uma crítica social. Não é possível fugir da discussão política: da ineficiência do Estado contradizendo seu tamanho e poder, da corrupção dos políticos e dos interesses escusos de alguns setores da imprensa.
Brilhante atuação do ator Wagner Moura que interpreta o agora Coronel Nascimento. Ele foi entrevistado na Roda Viva pela Marília Gabriela e sua equipe, daí meu interesse em ver o filme.
O filme inicia com a frase: “Rio de Janeiro, dias de hoje”. Quer uma crítica mais direta? Em qualquer tempo em que for visto será atual, demonstrando a desesperança do autor na resolução do problemas abordados no filme. Seria a certeza de que nada vai mudar? Triste fim!
O  tráfico de drogas, combatido pelo Batalhão de Operações Especiais na primeira versão do filme ainda é combatido e o filme mostra suas entranhas, mas o inimigo agora é chamado o tempo todo de “sistema” e tentacularmente abraça o Estado.

No Tropa 2 os traficantes foram expulsos dos morros e em seu lugar assumem policiais corruptos que fornecem a comunidade suas necessidades de consumo, fazendo o papel de um governo ausente.
O filme aborda a questão das milícias, policiais que cobram dos moradores para manter a segurança da comunidade. O povo paga para se proteger dos próprios policiais. Não seriam assim, bandidos?
Fugi do Tropa 1 pois escolho não ver filmes violentos, mas não pude fugir da crítica ao “sistema” embora o segundo filme também seja muito violento. É nauseante. Pelo sangue e pela corrupção que passa pelos policiais, pela imprensa e pelos políticos, desde deputados a governadores.
A impunidade e a demagogia dão audiência, votos e dinheiro sujo para muitos. Erram os políticos que ainda acham que nós, os eleitores, temos memória curta. Nossa memória é “ir-re-vo-gá-vel”.


Trabalhando agora na Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, comandando o Serviço de Inteligência,  Nascimento autoriza e acompanha escutas telefônicas de políticos e de bandidos para planejamento das ações táticas nos morros. É assim que os policiais fazem suas “guerras” ao tráfico. Vendo o filme é difícil entender: porque não se prendem os chefes das quadrilhas se são vigiados de perto o tempo todo?
A resposta é dada no próprio filme, nas cenas em que os deputados e até o governador se beneficiam do poder dos traficantes que financiam suas candidaturas.
Por falar em financiamento, ao final do filme num passeio aéreo pelo Congresso Nacional, "o topo da pirâmide do tal sistema'', claramente entendemos a pergunta velada: onde é o berço da corrupção? Esta é a parte mais impactante do filme, não o sangue e a violência explicita, mas a violência silenciosa aos nossos direitos e a nossa consciência política.
O filme infelizmente é baseado em fatos reais,  envolvendo policiais, deputados estaduais, vereadores e até o ex-chefe da Polícia Civil . A prefeitura já mapeou cerca de 100 comunidades chefiadas pelas milícias nas favelas cariocas. Mais de 500 milicianos já foram presos de  2007 para cá, incluindo parlamentares, policiais e bombeiros.
De acordo com o Correio Braziliense, “A Liga da Justiça tornou-se a milícia mais conhecida no país por ter, em sua formação, o deputado estadual Natalino Guimarães (DEM) e o irmão, o vereador Jerominho (PMDB), ambos presos. O grupo atuava na área de Campo Grande, Zona Oeste do Rio, explorando serviços clandestinos de segurança, transporte alternativo, distribuição de gás, água, grilagem de terras e venda de sinal de TV a cabo, o famoso gatonet. As investigações estimaram que a Liga da Justiça arrecadava mensalmente algo em torno de R$ 2 milhões. A imagem do casal Garotinho sofreu um abalo na época devido a fortes indícios de ligação dele com os grupos, assim como o prefeito Eduardo Paes, criticado por elogiar publicamente a atuação de milicianos.”
Frase inicial do filme “Qualquer semelhança com a realidade é apenas uma coincidência. Essa é uma obra de ficção".
Frase final do filme, quando sobrevoa Brasília: “O que você acha que sustenta tudo isso?"

“Fotografia restrita ao Rio de Janeiro ou um alerta sobre a corrupção arraigada na máquina pública que corrói a segurança em todo o país?”( de depoimento no Correio Braziliense).

O Correio assistiu ao filme acompanhado de profissionais que lidam com o tema da segurança pública em Brasília e ouviu estudiosos da área de outras cidades, especialmente do Rio de Janeiro. Os depoimentos foram publicados no caderno Eleições 2010. Para todos os depoentes, a produção tem o mérito de levantar reflexões na sociedade.
Também é esse o objetivo deste post que é Feliz da Vida,e fica ainda mais feliz quando possibilita aos seus leitores momentos de reflexão e compromisso social. Por isso escolhi uma imagem do congresso no escuro. Adormecido.
Leia os depoimentos publicados pelo Correio Braziliense com Cláudio Tusco, delegado federal e um dos coordenadores do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça; Luiz Eduardo Soares, antropólogo e ex-secretário Nacional de Segurança Pública. Reinaldo Gomes, gestor em segurança que coordenou a área de políticas preventivas do Ministério da Justiça; Max Maciel, coordenador da Central Única de Favelas (Cufa) no Distrito Federal; Reinaldo Gomes, ex-coordenador da área de políticas preventivas do Ministério da Justiça, no endereço  http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/10/11/noticia_eleicoes2010,i=217515/POSTURAS+DE+POLITICOS+E+DA+MIDIA+NAO+ESCAPAM+DA+MIRA+DE+TROPA+DE+ELITE+2.shtml
Leia também entrevista com Luiz Eduardo Soares, antropólogo e ex-secretário Nacional de Segurança Pública e um dos autores dos livros Elite da Tropa 1 e 2,  que inspiraram os filmes, no Blog Abordagem Policial, no endereço


Me senti como a Marina Silva que após ver o filme disse: "Ele tirou meu sono e minha paz...me causou profundo incômodo e uma sensação de impotência diante de tão desafiadores problemas sociais no país. Ainda bem que as circunstâncias estão para que sejam transformadas. É só nos dispormos a isso".
Mesmo assim indico, veja o filme para tirar suas próprias conclusões. A mudança? Depende de nós! Começa com cada um. Faça a sua parte.

Um comentário:

Editor disse...

meu nome é karlos rodrigues
e meu comentario é que adoro o filme tropa de elite e quanto a seu blog maysa esta super bacana