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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Educação, avaliação e as mazelas da sociedade

Amigos do Blog Feliz da Vida! Hoje eu espirrei. Um amigo falou: saúde. Outro em seguida: educação, transporte e salários dignos. Parece brincadeira, mas muitas são as apirações da sociedade. Cada um sabe onde seu calo aperta. Esse post indica um calo meu que vem sendo apertado a cada dia, e não é de hoje. A qualidade da educação. Fui aluna da escola pública quando ela ainda era boa. Falo com conhecimento de causa.
Um conceito importante de administração: utilização racional de recursos para alcançar objetivos pré-determinados. Este conceito embute outros de tamanha importância: eficiência, eficácia, produtividade. Mede-se a produtividade em função do resultado.
Como se mede o aprendizado de um estudante, pela sua nota na prova? Esse foi seu resultado? E se foi obtido por meio de “cola” ou de “decoreba”? Pode ser considerado produtividade? O aluno foi eficiente? O professor foi eficaz?

Segundo o professor Cipriano Luckesi: “A avaliação deveria sempre ser a parceira de quem atua e busca resultados satisfatórios definidos num conjunto de desejos, intitulado projeto. No caso do ensino, para o educador pode demonstrar sua eficiência ou sua ineficiência, assim como as nuanças entre esses dois extremos; para o educando, a efetiva qualidade de sua aprendizagem, seja na direção do menos ou do mais.” *

O que dizer dos alunos recém-chegados aos bancos universitários que foram acostumados à progressão continuada ou facilitada em fases anteriores, e não sendo reprovados não se preocuparam em aprender a estudar? Quando no ensino superior, o professor lhe solicita que exercite a capacidade de análise, interpretação, síntese... Como, se ele não as obteve?
Como lidar com a tendência eficientista que mede a universidade pelo numero de alunos aprovados em provas e testes? A escola não se reduz a promoção tecnicista de alunos por séries - deve formar o educando como sujeito histórico, cidadão, que empregará seu saber além do mercado de trabalho, conduzindo também os rumos do país e da sociedade.
Presenciei casos de bons alunos, participativos e questionadores durante as aulas, que em momentos de provas se descontrolam emocionalmente, reduzindo sua pontuação no desempenho geral. Tive uma aluna de primeiro semestre que mesmo eu tentando acalmá-la, chorou durante todo o período de prova. Saiu da sala trêmula, sem conseguir responder às perguntas. Na semana seguinte veio pedir-me desculpas. Outra, já no terceiro semestre, ainda não venceu o “branco” na hora da prova. Tensão desnecessária. O nervosismo também atinge alunos homens.

Segundo a educadora Thereza Penna Firme " O aluno, como qualquer pessoa ou grupo, está sempre envolvido emocionalmente no processo avaliativo, justamente pelo fato de seu desempenho estar sujeito a um juízo de valor ou julgamento, que poderá ser favorável ou desfavorável. Esta situação gera ansiedade que, por sua vez, está vinculada à motivação para alcançar o sucesso. Tal situação é normal. Entretanto, se a preocupação com o sucesso é exagerada pelo medo da punição, pelo fracasso, pela intolerância de outros e a perda de autoestima, a ansiedade sobe a níveis insuportáveis que prejudicam severamente o desempenho do indivíduo ou grupo sendo avaliado. Assim, a possibilidade de fracassar deve ser entendida com naturalidade e com perspectiva de recuperação. Infelizmente a avaliação na escola tem sido gravemente afetada pela sua vinculação à punição e não à descoberta de uma realidade que deve ser conhecida, aplaudida ou corrigida se necessário." *


Algumas escolas incorporaram a disciplina de inteligência emocional objetivando contemplar o ser integral. Seria então o caso de incorporar controle financeiro, planejamento e gestão de objetivos pessoais, ausentes em boa parte dos jovens?
 A progressão continuada minimizou o fracasso escolar no ensino fundamental? A seriação automática maximiza o desinteresse do estudante? A retenção apenas na passagem dos ciclos impacta na exclusão social? São muitas questões. A avaliação deve contemplar a análise global do desempenho do aluno.
Alunos resistem aos métodos de avaliação. Professores resistem à aprovação automática. Gestores resistem ao fracasso escolar e a sociedade sente seus efeitos.
° Jovens sem perspectiva são enredados pela indústria do trafico que os remete à violência e à desumanidade.
 ° Jovens formados com ensino de baixa qualidade são renegados pelo mercado de trabalho, faltam trabalhadores, sobram vagas.
° Parte da mídia propaga descaradamente uma cultura massiva de desejos impulsivos gerando consumo desenfreado.
 ° Políticas de crédito fácil amarram o cidadão ao spread bancário que os torturam como ao soldado kafkiano extasiado.
Grandes mazelas com impacto no longo prazo.
Porém, o preparo das mentes e o despertar são indicadores de um sistema de educação de alta qualidade.

* A entrevista pode ser lida em http://www.futuroeventos.com.br/noticias/integra.php?id=481#.UdWuUuUeA5Y.twitter : Cipriano Luckesi e Thereza Penna Firme falam sobre Avaliação e até quando ela será um grande desafio

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