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sábado, 21 de julho de 2012

Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil no ano de 2011

Olá amigos leitores do Blog Feliz da Vida!,

O Governo Federal, em iniciativa pioneira na América Latina, lança pela primeira vez dados oficiais sistematizados sobre violência homofóbica no Brasil, o : “Relatório Sobre Violência Homofóbica no Brasil”, com estatísticas, produzidas a partir de denúncias ao poder público, referentes a violações de direitos humanos cometidas contra a população LGBT em todo o território brasileiro, e às violações veiculadas na mídia (jornais, revistas, Internet, rádio e televisão) durante o ano de 2011.

No Brasil, durante o ano de 2011, foram reportadas ao poder público federal 6.809 denúncias de violações de Direitos Humanos de caráter homofóbico, o que significa uma taxa de 3,46 denúncias efetuadas a cada 100 mil habitantes.

Para os fins do relatório conceitua-se homofobia como preconceito ou discriminação (e demais violências daí decorrentes) contra pessoas em função de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero presumidas.

Segundo o relatório “Tais dados são peça fundamental no enfrentamento à homofobia e às demais formas de preconceito no país... A violação de direitos humanos relacionada à orientação sexual e identidade de gênero presumidas das vítimas constitui um padrão em todo o mundo, envolvendo variadas espécies de abusos e discriminações. Tais violações incluem desde a negação de oportunidades de emprego e educação, discriminações relacionadas ao gozo de ampla gama de direitos humanos até estupros, agressões sexuais, tortura e homicídios, e tendem a ser agravadas por outras formas de violência, ódio e exclusão, baseadas em aspectos como idade, religião, raça/ cor, deficiência e situação socioeconômica (BRASIL, 2007).”.

O estudo tem como base os registros de violência contra a população LGBT feitos em serviços de atendimento do governo, realizada a partir de dados do Disque Direitos Humanos, da Central de Atendimento â Mulher, da Ouvidoria do SUS e de denúncias efetuadas diretamente aos órgãos LGBT da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Referem-se às violações reportadas, não correspondendo à totalidade das violências ocorridas cotidianamente contra LGBTs, infelizmente muito mais numerosas do que aquelas que chegam ao conhecimento do poder público.

O relatório aponta uma média de 3,9 agressões sofridas por cada uma das vítimas. A vítima não sofre apenas violência física -como socos e pontapés -, mas também psicológica, como humilhações e injúrias.

Em 2011, ocorreram 18,65 violações de direitos humanos de caráter homofóbico por dia. A cada dia, durante o ano de 2011, 4,69 pessoas foram vítimas.

O documento constata que homofobia pode ser mais sentida por jovens e por negros e pardos, o que corrobora estudos que revelam que essa população é a mais atingida pela violência.

Ao se analisar as relações existentes entre suspeitos e vítimas que se conheciam, pode-se perceber, que familiares (38,2%) e vizinhos (35,8%) são os mais frequentes.
42,0% das violações ocorreram em casa – da vítima (21,1%), do suspeito (7,5%), de ambos ou de terceiros. O segundo local de maior ocorrência de violações são as ruas, com 30,8% do total. A homofobia estrutural da sociedade brasileira se verifica em casa e na rua, no público e no privado, vitimando diariamente a população LGBT. 5,5% das violações reportadas acontecera, em instituições governamentais: escolas e universidades foram local de 3,9% das violações, enquanto instituições de saúde, como hospitais e o SUS foram palco de 0,9% das ocorrências, e instituições de segurança pública (delegacias, cadeias e presídios) respondem por 0,7% das violações. Na categoria “outros” está incluída uma variada gama de locais.

Violências psicológicas foram as mais reportadas, com 42,5% do total, seguidas de discriminação, com 22,3% e violências físicas, com 15,9% do total de violações denunciadas. Ressalte-se também o significativo número de negligências (466 violações) e violências sexuais (com 337). Dentre os tipos mais reportados de violência psicológica encontram-se as humilhações (32,3%), as hostilizações (25,9%) e as ameaças (20,6%). Vale notar que o local em que mais foram reportadas violências psicológicas foram as casas, com 36,9% de marcações. O local em que mais ocorrem discriminações reportadas são as ruas, com 33,6% do total de violações discriminatórias. As violências físicas também acontecem mais de casa (45,6% das ocorrências).

Em outra parte do relatório se procede também a análise das violações noticiadas na imprensa durante o ano de 2011, e pode-se notar que foram noticiadas nos principais jornais brasileiros 478 violações contra a população LGBT, envolvendo 478 vítimas e 652 suspeitos, o que aponta o caráter de crime de autoria coletiva de boa parte das LGBTfobias noticiadas. Entre as violações encontram-se 278 homicídios. Mesmo assim, o total de violências que viram notícia é bem menor do que o total de violações que ocorrem cotidianamente no Brasil.

Também o total de notícias relacionadas à violência institucional dizem respeito à homofobia institucional em suas diversas facetas. Entre as violências psicológicas noticiadas, 50% relacionaram-se a ameaças e 50% a calúnia, injúria e difamação. Dentro da violência sexual, encontram-se 83,4% de estupros e 16,7% de exploração sexual.

De acordo com texto do relatório “Toda suspeita de homossexualidade parece soar como uma traição capaz de questionar a identidade mais profunda do ser... No momento em que se pronuncia “veado!”, em geral, o que se faz é mais que especular sobre a verdadeira orientação sexual da pessoa: é denunciar um não-respeito aos atributos masculinos “naturais”. Ou, quando se trata alguém de “homossexual”, denuncia-se sua condição de traidor e desertor do gênero ao qual ele ou ela pertence “naturalmente”. (Borrillo, 2009).”

 O estado com maior taxa de violações denunciadas é o Piauí, com 9,23 violações denunciadas ao poder público. Vale notar que, além do Piauí, o Distrito Federal,Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Paraná, Pará, Alagoas, Rio Grande do Sul e Espírito Santo têm taxas de denúncia superior à do Brasil em geral.

 Em São Paulo as violações denunciadas ao poder público federal foram no total de 1022, sendo 508 na Capital, Itaquaquecetuba 51, Campinas 31, Ribeirão Preto 28, São José dos Campos 27, Salto 21, Águas de Lindóia 21, Guarulhos 19, São Bernardo do Campo 18, entre outros.

Você poderá ler no relatório as tabelas de violações de caráter homofóbico por estado e por município e todos os dados da pesquisa, no link abaixo:


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