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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

"Geração à Rasca - A Nossa Culpa" - Reflexão

Amigos leitores do Blog Feliz da Vida! Abraços calorosos de verão.

Circula na internet um texto atribuído a Mia Couto, que alguns de nós conhecemos na Flip, e que é autor consagrado de mais de trinta livros, com o título "Um dia isto tinha que acontecer". Discutiu-se a autoria pelas características populistas do texto, e por espalhar o fracasso ao coletivo diluindo assim as responsabilidades. 

Considero o texto, cujo título é "Geração à Rasca - A Nossa Culpa" que é de 2011, e ainda constantemente replicado no facebook, digno de ser lido. Sua autoria segundo pesquisado é de fato de Maria Anjos, de Alentejo, Portugal, autora do blog Assobio Rebelde. À rasca significa entre outras coisas, aflita, em desespero, em aperto.

Esse post pretende trazer seus aspectos a uma reflexão por parte dos leitores desse blog.

Se “a culpa é de todos”, então o que podemos fazer? Se não é de ninguém, então não é minha, e me eximo de solucionar as questões?

O texto inicia citando a aflição de pais e filhos na atualidade. Dos pais que educaram filhos altamente protegidos das dificuldades da vida, abastados e cheios de caprichos, para sublimar as suas próprias frustrações quando crianças, numa época da história em que havia carências.

Lembrei-me de quantas vezes ouvi de pais de diferentes idades e classes: “quero dar a meus filhos o que eu não tive”. (Que inclusive é uma estratégia de marketing, faz o pai se sentir culpado quando não satisfaz o desejo do filho).

A autora fala da aflição também dos filhos que não foram ensinados a lidar com frustrações. Afirma que os mais aflitos são os que mais receberam privilégios e menos foi exigido ter responsabilidades.

Comentando o artigo, é contraditório que essa geração que mais tempo tem de estudos, “geração qualificada”, dependente financeiramente dos pais por maior tempo que as gerações anteriores, quando os jovens desde cedo sonhavam em “sair de casa”, e iam morar sozinhos. Os jovens de hoje são ajudados pelos pais até idade madura, casa, comida, carro, gasolina, etc.

É citado que o dinheiro dos pais compravam tudo menos princípios e educação. Os pais na obrigação de manter sua prole afastada do trabalho para estudar (e se divertir) trabalham muitas horas, não tendo então tempo para educar os filhos. Eles não têm tempo, disposição e condição financeira para diversão, lazer, viagens, porém os jovens tem tudo isso à disposição pelo sacrifício dos seus pais.

Você também conhece pais que pensa no filho em primeiro lugar, em segundo lugar, em terceiro lugar, e nunca pensa em si próprio. “Abdica de seu prazeres” segundo apontado, para que aos filhos nada falte.

Qual o problema disso se estamos acostumados e aparentemente não pode ser diferente? É que a “vaca está emagrecendo”, em muitos países falta emprego e os pais começam a ter de dizer "não".  Escreve a articulista:

“É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas. Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados. Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades, mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que coleciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.”

Duro não? Saber que seu filho, nossos filhos, tem acesso à informação, mas nem sempre estão realmente informados? E aqueles que não interpretam o que leem? Sabendo apenas “juntar as palavras”? Peça-lhes que escrevam por extenso as palavras que abreviam.  Tem coragem de fazer um teste com seu filho?

Geração que segundo o artigo “habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso...Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.”  (alarve significa grosseria).

Geração do acessório, consumista, insaciável e desorientada. E ainda citando o artigo pronta “para ser arrastada”, pelos demagogos que abusam do desespero do outro.

Termina o artigo afirmando que há jovens de cultura e talento, claro, que não se “encaixam no retrato colectivo”, que também estão aflitos com o que percebem ao redor.

Considero alarmista a opinião da articulista de que, se pudessem os jovens representantes das massas por inveja puxariam o tapete dos jovens já capacitados, e dos mais velhos tirariam os empregos de que alguns acham ter direito.

Finaliza dizendo que tem pena destes jovens e que a culpa não é deles, é apenas prova do nosso fracasso. Nós não soubemos educar e fazer melhor.

Porém, discordo da autora quando alega que a culpa “morre solteira”  pois “a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la”.

É nesse ponto que reforço a necessidade de refletirmos? O que cada um de nós pode fazer? Pergunte-se: O que eu posso fazer?

Para ler o texto completo clique no link Assobio Rebelde

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