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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

História da Educação - Séc. XX - Síntese

Amigos do Blog Feliz da Vida! Para atender a discussão sobre educação universitária, esse post abordará de maneira muito sucinta, partes da História Brasileira desde o início do século XX.


Desde a colonização, durante o período Monárquico, a educação superior era realizada em Lisboa e apenas para os jovens pertencentes à elite.
O começo do século XX foi marcado pela insatisfação da classe média e de grupos militares com a política do governo, ocorrendo diversas revoluções, dentre elas o Tenentismo.  Com a crise do café os produtores perderam força para os burgueses, que lançaram a indústria nacional alinhadas ao capital internacional. Assim surge a necessidade de mão de obra qualificada para atender às demandas da indústria.

Essa insatisfação resultou na Revolução de 1930, e a instalação de um Governo Provisório, que incentivou a industrialização da economia e a educação dos que seriam nela os trabalhadores.

A política educacional privilegiou a formação das elites, garantindo a elas um domínio cultural e econômico sobre o restante da população, deixando clara a divisão social existente. Dividia-se no ensino secundário os alunos que iriam para a universidade dos que comporiam a área operária, estes faziam cursos técnicos.

Essa tática serviu também como estratégia de imposições política e massificação ideológica, pois reafirmava os valores da classe que estava no poder, garantindo com isto o controle social pela via do não esclarecimento. O nexo entre o pensar e o agir dos brasileiros se converteria em uma mercadoria para o sistema do capital.

Durante a Era Vargas, Segunda República (1930-1936), e Estado Novo (1937-1945), regime ditatorial, populista e nacionalista, o processo de escolarização marca a distinção entre o trabalho intelectual, para a classe mais favorecida (a burguesia industrial nascente), e o trabalho manual, enfatizando o ensino profissional para a classe social mais desfavorecida (o grande proletariado industrial).

"A divisão do trabalho culmina no processo social da dominação, serve à auto-conservação de uma parte da sociedade que se encontra dominada porque está sujeita a um processo educacional direcionado para o não-esclarecimento.  Portanto, aquilo que acontece a todos por obra e graça de poucos se realiza sempre como a subjugação da maioria aos interesses da minoria que está no poder: a opressão da sociedade tem sempre o carácter da opressão por uma coletividade. É essa unidade de coletividade e dominação e, também, o não-reconhecimento do outro (enquanto pessoa humana portadora de necessidades), que se sedimenta nas manifestações do pensamento não-esclarecido. O povo não-esclarecido aceita o estado de dominação imposto pela minoria, e as coisas provenientes dele (ausência de uma política habitacional, ausência de boa e regular alimentação, ausências de creches e escolas públicas de qualidade e suficientes para todos, ausência de emprego etc.), como algo absolutamente normal, como algo historicamente insuperável.” Rubens Castro


Veio o período do Nacional Desenvolvimentismo, (1945 a 1964), de governo centralizador com foco em consolidar o meio de produção capitalista com base na indústria. As politicas educacionais estavam subordinadas as politicas econômicas e políticas.

Após a II Guerra Mundial, a área rural no Brasil foi invadida pelo capital promovendo a modernização da produção, causando industrialização, modernização da produção rural, e migração da população rural para os centros urbanos.

Além da qualificação para o processo produtivo nota-se a necessidade de instruções à classe operária para exercer o consumo próprio do processo de urbanização. Nesse período se deu incentivo ao surgimento do ensino privado, financiado pelos recursos públicos, antevendo a educação como fator condicionante do desenvolvimento.

Desenvolveu-se um alto nível de desigualdades sociais, resultando no surgimento de movimentos de luta por reformas que reduzissem as diferenças de condições de vida entre as classes sociais.

O governo Goulart, ao tentar compatibilizar a manutenção do modelo político nacional-desenvolvimentista com a redução das desigualdades sociais, propôs reformas de base - agrária e urbana, e para pressionar sua aprovação no Congresso Nacional  conclamou mobilizações populares públicas em todo o país.

Terminou deposto  pelo golpe militar de 1964 que ficou marcado pela perseguição aos movimentos populares e de estudantes até serem extintos.


No início dos anos 80, o regime militar dava os primeiros sinais de enfraquecimento, entrando numa linha de processo de democratização. A sociedade civil, como os estudantes, mostrava-se contra a repressão, dando início a recuperação do espaço perdido, soma-se, ainda, o fato dos exilados políticos voltarem ao Brasil.

A economia estava em recesssão, a inflação alcançou estrondosos índices, e o desemprego se generalizou.

Em 1983 aconteceu a revolta dos desempregados, assustando a metrópoles de São Paulo e o restante da sociedade brasileira. Em 1984 aconteceu em Curitiba o comício pelas eleições diretas que iniciou a Campanha pelas Diretas Já. Em 1985 o partido de Tancredo – Sarney ganham eleições encerrando o ciclo dos militares no poder, dando início a uma “transição democrática”.

O período seguinte foi marcado pela globalização, que necessita além de trabalhadores do modelo fordista, de trabalhadores com capacidade de resolver problemas, sendo defendida a educação polivalente e a valorização do trabalhador. Esse deve ser capaz de utilizar as tecnologias emergentes para aumentar a produtividade e otimizar o tempo e energia do trabalho.

Esse movimento levou à exclusão de trabalhadores. Os que não preenchem os requisitos são postos à margem do mercado de trabalho.

O empresariado, sobretudo estrangeiro, dá-se conta que o baixo nível de escolaridade de amplas camadas da população constitui obstáculo à ampliação do capital e à modernização das estruturas produtivas de suas indústrias.

O desafio brasileiro quanto a educação passou a ser satisfazer as exigencias de um modelo de produção altamente tecnológico formando trabalhadores versáteis, com capacidade de liderança, de trabalho em equipe, comunicação e controle emocional, e suprir as deficiências de um século de atraso na universalização da escola básica.

A população ainda clama por uma educação de qualidade, de acesso irrestrito ao conhecimento das camadas mais baixas da sociedade.

Fontes parciais: A história da educação brasileira. Autor Rubens Castro, disponível no link Historia da educação. Goulart e o golpe de 64, tese de Afonso Celso Scocuglia disponível no link Tese. Ditadura Militar. Autor Renato Cancian disponível no link ditadura-militar 

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